Dos 26 setores da indústria de transformação, 12 ainda acumulam perdas.
Pesquisa foi feita com base em dados do IBGE.
Mais de dois anos após o auge da crise financeira mundial, 12 dos 26 setores da indústria de transformação ainda não se recuperaram do baque, segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa foi feita com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e compara o acumulado de janeiro a setembro de 2010 em relação a 2008 e a 2009.
"Identificamos que tem aí um conjunto de setores que, embora tenham crescido em relação a 2009, ainda tem um desempenho negativo em relação a 2008. Ou seja, a crise não foi superada por estes setores", diz Flávio Catelo Branco, gerente executivo de Política Econômica da CNI.
Os setores com maior queda na produção na comparação entre 2008 e 2010 são os de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-25,1%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-14%) e fumo (-10,5%).
Alguns desses setores exibem taxas de crescimento superiores a 10% em relação a 2009, mas ainda assim, registram taxas negativas ante 2008.
"Mercado fraco e taxa de câmbio desfavorável: essa combinação fica bastante negativa para a competitividade e, portanto, para o desempenho desses setores mais integrados", destaca o executivo da CNI.
O que explica este desempenho negativo de determinados setores é, em parte, o expressivo aumento da importação, mas também a perda de mercado de exportação, segundo Castelo Branco.
Entre os 14 setores que apresentam recuperação da produção em relação ao período pré-crise destaque para os setores de bebidas (+20,4%), farmacêutico (13,1%) e perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (+5,6%).
Segundo Castelo Branco, estes setores que reagiram com mais força foram puxados principalmente pelo mercado doméstico, no qual "o fator valorização do câmbio é menos relevante".
Quando a comparação dos dados é feita em relação ao ano de 2009, 24 setores da indústria de transformação apresentam crescimento em 2010, no acumulado do ano (janeiro a setembro). Mas este resultado é favorecido pela fraca base de comparação.
"Estamos perdendo força no setor industrial", reforça Castelo Branco.
Fonte: G1
Imagem: Editoria de Artes/ G1